quarta-feira, 15 de abril de 2015


Tanto as amígdalas como as adenoides são constituídas de tecido linfoide, um tecido responsável por ajudar o organismo a produzir anticorpos e células de defesa. Não é a toa que elas ficam próximas à boca e ao nariz, que são portas de entrada importantes de micro-organismos.

As amígdalas e a adenoide costumam aumentar de tamanho até os 5 ou 6 anos de vida, pois é justamente esse o período em que entramos em contato com novos germes. A partir daí ocorre uma diminuição natural do tecido linfoide que as forma, até que próximo à adolescência há apenas uma quantidade residual delas (na maioria das pessoas).

        Em algumas crianças, o tamanho exagerado (hipertrofia) das adenoides e/ou amígdalas causa problemas de saúde, a ponto de julgarmos que não dá para apenas esperar que o tempo se encarregue de diminuí-las. Nesses casos, vale a pena operar.




Ao fundo as duas amígdalas: esquerda e direita

Outro texto interessantíssimo sobre o tratamento para adenoide:

          Inicialmente nós procuramos orientar a família com relação à postura da criança na cama. O ideal é que se eleve um pouco a cabeceira da cama. Nós procuramos também orientar para que sejam sempre feitos uma boa higiene no nariz da criança com soro fisiológico, principalmente, no sentido de tirar dali os detritos, porque se eles ficarem ali acumulados (e a adenoide propicia isso), vai gerar além do problema da hipertrofia da adenoide, uma inflamação daquela adenoide, aumentando ainda mais o seu tamanho. Então a higiene do nariz é benéfica. Muitas vezes quando a hipertrofia não é exagerada, tentamos fazer com que essa criança utilize no seu nariz algum outro tipo de anti-séptico, para tentar reduzir o volume da adenoide. Quando nada disso é possível, nós então, pensamos na cirurgia.

Devo dizer que o simples fato de uma criança ter uma adenoide crescida, não é sinônimo de cirurgia. Se, eventualmente, essa criança passar a ter alguns sintomas e sinais que possam trazer prejuízo, então nós pensamos na cirurgia. O principal problema é a apneia do sono, ou seja, aquela criança que está dormindo e, de repente, começa a apresentar paradas respiratórias que duram 10 segundos ou mais. Nestas condições nós indicamos a adenoidectomia, ou cirurgia da adenoide, de forma absoluta, pois não dá para esperar que, com o tempo, essa adenoide possa diminuir porque existe um risco muito grande para essa criança.

O segundo motivo que nos faz indicar uma cirurgia é quando a adenóide crescida começa a prejudicar o ouvido. Existe um canal chamado Trompa de Eustáquio, que se aloja próxima à adenóide e quando ela é crescida, ela acaba ocluindo esse canal com um prejuízo ao ouvido. A criança passa a ter otites de repetição, acumula catarro no ouvido médio, o tímpano acaba saindo da posição ideal e existe prejuízo para a audição, e em conseqüência, ao aprendizado daquela criança. Então nessas circunstâncias nós temos também que agir rapidamente, não permitindo que essa adenoide ali permaneça. Terceiro motivo para a cirurgia é as alterações dento faciais.

Quando a criança nasce, ela tem o crânio bastante desenvolvido e a parte da face como lábios e nariz são pequenos, mas conforme vai ocorrendo o crescimento da criança, o crescimento da face passa a ser muito acentuado e se ela não respirar pelo nariz e, sim pela boca, ela começa a ter alterações no seu desenvolvimento.

              Quando se faz essa cirurgia e se a criança tem uma idade de até três anos, pode haver algum prejuízo da imunidade, mas o organismo procura compensar. Nós temos no nosso organismo outras formações semelhantes à adenoide, como por exemplo, os folículos e linfoides que ficam na parede posterior da faringe. Temos no nosso intestino, placas de paia, que têm a mesma função, temos a amídala lingual e a amídala palatina (que normalmente a gente entende como amídala). Existem então, mecanismos de compensação, mas é claro que nós temos sempre que ver o custo-benefício de cada intervenção dessa. Se eventualmente a criança tem uma adenoide crescida, mas não tem todas aquelas complicações, nós sabemos que aquela adenoide tende a diminuir naturalmente após uns quatro ou cinco anos, mas se eventualmente a criança tem dois ou três anos, eu sei que estou tirando um órgão da imunidade daquela criança, mas ao deixá-lo o malefício é maior do que a presença dele e, nesse momento, indicamos a cirurgia.






Localização da adenoide que quando hiperatrofiada dificulta o impede a passagem do ar

Somente o OTORRINOLARINGOLOGISTA poderá avaliar através do histórico, sintomas e exames como o RX do Cavum e a Nasovideolaringoscopia, a necessidade ou não de uma intervenção cirúrgica das amígdalas e das adenoides como a que relato em minha filha no texto abaixo. Cada caso é um caso específico a ser analisado pelo médico.

Sempre é dito que uma imagem vale mais que mil palavras. Por isto, ao longo deste texto postei não apenas uma imagem, mas vários videos no youtube mostrando - primeiro, como ela dormia quando estava com 90% da passagem do ar pelo nariz, obstruída pela adenoide hipertrofiada ou seja, apenas 10% de ar passava pelo nariz, obrigando-a a respirar pela boca. Com muita dificuldade, conseguimos então fazer a cirurgia das adenoides, pois a maioria dos médicos dizia que tínhamos que esperar após os 3 anos, mas a situação se tornou insuportável. Segundo aconselhamento de pediatras, não houve remoção das amígdalas nesta ocasião, apenas das adenoides. Em seguida, com o passar de poucos meses, postei os videos mostrando a péssima qualidade do sono com inúmeras apneias (quando a inspiração ou expiração do ar fica paralisada por alguns ou vários segundos sem que se consiga respirar) ou falta de ar, que pioravam a cada dia, causadas agora, pelas amígdalas hipertrofiadas, apenas 5 meses após a primeira cirurgia. Uma nova cirurgia foi necessária. Por fim, postei 2 vídeos mostrando a incrível mudança pra melhor na qualidade do sono de nossa filha, agora sem qualquer ruído na respiração enquanto dorme. Todos os videos aqui postados são no intuito de dar alguma luz a algum pai ou mãe que eventualmente possam estar passando por problema parecido, pois somente nós pais sabemos o quanto é duro, difícil e angustiante vermos nosso(a) filho(a) nestas condições e muitas vezes sentirmo-nos impotentes em ajudá-los.

Por acreditar que vários pais passaram, estejam passando ou possam vir a passar por alguma situação de alguma forma similar à minha – às vezes menos intensa, às vezes mais intensa do que esta que aqui relato e quem sabe este relato possa de alguma forma ajudar, norteando uma solução, pois em nosso caso específico, sentimos-nos totalmente impotentes diante do sofrimento de nossos filhos e o estresse e angústia que nos acompanhou neste segundo ano de vida de nossa filha foi intenso. Espero de alguma forma poder contribuir com esta minha experiência... 

Por tal motivo, gostaria de registrar nossa experiência com os problemas de infecções recorrentes das amígdalas e o acentuado desenvolvimento da adenoide, e posteriormente das amígdalas também, que ocorreram com minha filhinha, antes dos três anos de idade, obrigando-nos a recorrer à cirurgia destas duas estruturas. Passamos antes da cirurgia, precisamente no segundo ano de vida dela conforme mencionado acima, um período de extremo estresse e impotência, uma vez que não tínhamos certeza do que fazer, ela sempre fazendo vários tratamentos, tomando muitos medicamentos e uma solução definitiva nunca aparecia. As infecções de amígdalas eram frequentes (6 em um ano), sempre com febres em torno de 40ºC, muitos antibióticos orais, sendo depois de algum tempo, substituídos pela famosa, temida e dolorida Benzetacil, pois quantos aos antibióticos orais, ou ela vomitava ou tinha episódios de diarreia e vômitos após o início do tratamento. Esclareço que desde o início do segundo ano, ela começou a roncar muito, babava bastante no travesseiro ao dormir com a boca aberta, remexia muito na cama, de um lado para o outro com o sono bastante agitado e sua respiração noturna era difícil. Como com certa frequencia respirava pela boca enquanto dormia, devido à obstrução da passagem do ar pelo nariz (adenoide hipertrofiada), ocorriam as infecções das amígdalas.

Vamos pelo início: Minha filha nasceu em janeiro de 2012 e amamentou no peito até por volta de 1 ano e 4 meses, quando começou a rejeitá-lo, sendo iniciada a mamadeira com leite Ninho e Mucilon indicados pelo pediatra na ocasião.

No primeiro ano de vida, com exceção das terríveis cólicas, que duraram aproximadamente os 4 primeiros meses de vida, teve seu primeiro aninho bem estável. Um ou outro resfriadinho aqui e ali, mas tudo dentro da normalidade.

Fato importante lembrar aqui é que tanto eu quanto minha esposa tivemos várias crises de amigdalite em nossas infâncias e como genética realmente funciona, dificilmente nossa filhinha iria escapar deste problema...


A primeira amigdalite (21/01/2013)

Alguns dias após completar um aninho, no dia 21 de janeiro, numa segunda-feira pela manhã, meu primeiro dia de férias, levamos nossa filhinha para tomar a vacina contra hepatite A e Tetra (“tríplice + varicela”). Nesse dia à tarde, viajamos para nossa cidade natal pra visitarmos nossos pais e ficar uns dias por lá: eu, minha esposa e nossa princesinha. No finalzinho da tarde, começa a ter uma febrezinha mais baixa, que foi  tratada com Tylenol Bebê e às vezes Alivium. Já que a vacina pode ter como reação a febre, apenas ficamos observando, até que numa madrugada, a febre veio mais alta e não cedia nem com o Alivium (Ibuprofeno). Como estávamos noutra cidade, ligamos para o pediatra dela e uma vez que não sabíamos o que ela tinha e já estava alguns dias com febre, ele nos recomendou que a levássemos ao hospital, pois suspeitava de alguma infecção mais séria para uma febre que não cedia por mais de 3 dias.

Como era madrugada e diante da ansiedade, ligamos também para outro pediatra conhecido nosso na cidade que estávamos e ele nos disse pra tentarmos antes, a alternativa de um banho morno, já que o antitérmico já tínhamos dado, sem efeito. Assim fizemos e com o banho em água morna, associado ao remédio a febre baixou bem. 

No dia seguinte, 28/01/2013 levamos a mesma ao hospital, onde havia a única pediatra na cidade que atendia pelo nosso convênio de saúde. Foi prescrito à minha filha o antibiótico Azitromicina (AZO 600) e Tylenol Bebê para febre. Porém, a febre continuava incomodando nos dias seguintes e ligamos novamente para nosso pediatra que então nos disse que o Tylenol Bebê pra ela já não fazia mais efeito, que já não era mais um bebê e sim usarmos Ibuprofeno 100 e que voltássemos com ela pra Divinópolis para um exame de sangue e urina com o objetivo de pesquisar a origem da infecção o mais rápido possível diante de eu quadro febril. Se possível, ele a veria ainda naquele dia com os exames prontos em mãos. Esse telefonema foi por volta de 13:00 hs. E tínhamos de viajar a Divinópolis, pegar o pedido de exame na clínica, coletar o sangue, pegar o resultado e ainda levá-lo ao pediatra até às 17hs. Achei que não iria dar tempo... Mas graças a Deus deu tudo certo. Pegamos a estrada por volta de 14:00hs., chegamos a Divinópolis por volta de 15:10 hs., apanhamos o pedido de exame a fomos em busca de laboratórios que coletassem e fizessem o exame ainda naquele dia.

Conseguimos um laboratório que nos desse o resultado 2:00 hs. após a coleta e fomos então ao pediatra que nos tranquilizou dizendo que se tratava apenas de uma amigdalite porém, o antibiótico anterior não estava fazendo efeito. Passou então para ela, Amoxilina e praticamente garantiu que no dia seguinte não haveria mais febre. Que alívio. No dia seguinte, ela já estava bem melhor.


A segunda infecção nas amígdalas (18/03/213) 

Em 18 de março, estava no trabalho e num telefonema com minha esposa, que mais uma vez estava passeando na casa da vovó em nossa terra natal com nossa filhinha, fui informado que ela estava novamente com febre (39°c). Como leigos e devido a inúmeros casos de dengue naquela cidade, estávamos com receio de que pudesse ser a doença e não sabíamos qual antitérmico dar a ela. Então depois de muita conversa, resolvemos que seria a Novalgina xarope (3 ml). Três horas depois ela continuava com febre e decidi ir até lá e que a traria ao pediatra e caso não conseguisse uma vaga para consulta na clínica que provavelmente estaria cheia, a levaríamos ao Hospital lá mesmo, onde havia plantão de pediatria. Nestas horas qualquer pai fica tenso. Uma febre que não sabemos a causa nos atormenta muito. Cheguei na casa de minha sogra e vi nossa linda garotinha deitada na cama, prostrada, bem dengosa, choramingando pela febre que ardia seu corpinho. Imaginava como ela devia estar se sentindo mal... Dá muita pena.

Fomos ao hospital e esperávamos pelo atendimento da única pediatra que atende pelo convênio na cidade... a demora foi muita, já que ela estava numa emergência na maternidade do hospital... o tempo não passava e víamos nossa filhinha chorando bastante pois estava já com 39,5º de febre. Pensamos em procurar algum pediatra fora do convênio; ligamos, mas não havia vaga para atendimento imediato... A angústia e nossa preocupação também eram grandes, pois de forma equivocada ou não, leigos, sempre tivemos medo de febre e não sabíamos o que ela tinha e a bendita febre poderia até aumentar...

Até que enfim chegou a pediatra para consultá-la e então nos acalmamos um pouco. Na sala de atendimento, a neném chorou mais e mais, já que sempre fica com medo quando algum médico ou enfermeira chega perto. Acho que depois de tantas vacinas que tomara até esta data a deixaram traumatizada quando se aproxima qualquer um que esteja vestido de branco...

Após analisá-la, a médica nos informa que ela está novamente com amigdalite, já com muitas placas... A segunda infecção no ano. Em janeiro, foi a primeira, em março a segunda. Passou então uma injeção de Dipirona (1 ml) para baixar a febre mais rapidamente e a receita com o antibiótico SinotClav 400 (Amoxilina + Ácido Clavulânico) de 12 em 12 hs por sete dias e Novalgina alternada com Alivium. A febre baixou rapidamente e com a medicação não teve mais febre. Estávamos aliviados. 


3ª amigdalite bacteriana (04/05/2013) 

No dia 04 de maio, sábado, mais uma vez em visita às duas vovós na nossa cidade natal, notamos ela bem quietinha, desanimada, as bochechas rosadinhas, e pouco mais tarde, mais quentinha. Parecia iniciar ali outra febre. E era mesmo. Demos a ela xarope Novalgina e no dia seguinte, domingo, fomos ao plantão pediátrico no hospital, quando a suspeita da terceira amigdalite do ano foi confirmada (3 infecções em quatro meses). Prescreveu o antibiótico Sinotclav que começamos a administrá-lo ainda no domingo à tarde, quando voltamos a Divinópolis. Neste momento, ela quase não come e para piorar a situação, começa a vomitar eventualmente. Tentamos dar um medicamento para vômito sugerido pelo pediatra e junto com ele, ela acaba vomitando também o pouco alimento que havia conseguido ingerir mais cedo.

No terceiro dia de antibióticos, começa também a apresentar diarreia. Era só o que faltava: o antibiótico estava causando a falta de apetite, diarreia e vômito. Em conversa com o pediatra dela, pede para suspender o antibiótico, já que a febre havia cedido e a mamadeira ao menos, ela estava aceitando sem vomitá-la todas as vezes. Do contrário, iria desidratar certamente.

·         Nesta fase, a adenoide já estava bem grande, pois ela já roncava bastante a noite, rodava muito na cama, isto é, tinha um sono agitado, babava no travesseiro e parecia estar sempre coma região da face próxima ao nariz congestionado. Sempre apresentado muita secreção, talvez resultado de alergia que certamente a acompanhava.

Abaixo três links de filmes postados por mim no Youtube com as imagens de minha filha com pouco mais de dois anos, dormindo, já com o problema de adenoides hiperatrofiadas. Filmei por várias noites com uma câmera de filmagem noturna (infravermelho), o que dá uma boa ideia de alguns momentos que respirava com a boca aberta, dos roncos e da dificuldade respiratória causada pelas adenoides hipertrofiadas. No laudo do RX da região do Cavum, ela estava com 90% de obstrução pela adenoide e apresentava estes sintomas. Nem sempre a presença dos mesmos sintomas significam hipertrofia das adenoides, mas se seu filho tem algum destes sintomas de forma contínua, é melhor procurar um profissional otorrinolaringologista e fazer alguns exames, pois sabe-se que estes problemas se não tratados, traz uma série de outros agravantes como má formação dentária e do céu da boca, má formação do crânio e da face, criança agitada por não ter um sono repousante, problemas de concentração que podem afetar futuramente o rendimento escolar, dentre outros. Lembrando ainda que a respiração pela boca pode expor as amígdalas a infecções, sacrificando-as. Vejam o vídeo até o final, pois pode lhe ser de extrema utilidade.
O endereço dos link com os vídeos são:
1                 1)     http://youtu.be/FPBLhL5rDmA
2              2)     http://youtu.be/a4M8vnzWSTA
          3)     http://youtu.be/RyYnQ9pX-Dk

4ª Infecção (27/07/2013) 

No dia 27 de julho, sábado, notamos que ela começa a piorar bastante sua alimentação. Come pouco e a mamadeira que adora, também começa a rejeitar. Foi assim no domingo e na segunda pela manhã era dia de reforço da vacina contra a hepatite A. Na terça à tarde começa com uma febre mais baixa e tentamos marcar com o pediatra, mas só conseguimos vaga na quarta pela manhã e nesta consulta, mais uma vez foi constatada amigdalite com formação de placas bacterianas bem acentuadas. Desta vez foi repassado a ela, o antibiótico Velamox BD por 10 dias, Alivium e Ibuprofeno intercalados no combate à febre e ainda o Decongex por 6 dias.

Das outras três vezes que ela teve infecção de garganta no segundo dia tomando antibiótico, ela já tinha melhora muito desaparecendo a febre. Perguntei ao pediatra ainda na consulta e ele disse que após a terceira dose, ela estaria bem melhor, sem febre. Nesta consulta, foi-nos solicitado que a levássemos a um otorrino pra pesquisar o motivo de tantas infecções de garganta. Marcamos e fomos ao otorrino, que na consulta, viu a infecção das amígdalas e que a medicação que o pediatra receitou era a indicada. Solicitou um RX digital da face, frontal e lateral após ela melhorar da infecção das amígdalas e receitou um spray nasal chamado Avamys.

Só que nesta infecção, ao contrário das outras vezes, após o segundo dia de tratamento com o antibiótico (após a 4ª dose de antibiótico, ela ainda estava bem mal), na madrugada de quinta pra sexta, a febre chegou a 39,6°C, obrigando-nos apesar do frio que fazia, dar banhos mornos de madrugada, às 1:30 hs e novamente às 5:30 hs da manhã. Os antitérmicos não faziam o efeito esperado. Claro com aquele frio que fazia na madrugada e ela muito quente pela febre, chorava e chorava e chorava, temia, tremia e tremia de frio. E nós, os pais, sofrendo com aquela situação, claro. Liguei para o Pediatra dela indagando sobre a não melhora dela após o segundo dia de tratamento, ou seja, após 4 doses de antibiótico. Foi-nos informado que a melhora deveria ocorrer após 48 horas, o que ocorreria ao longo deste dia que entrava. Intercalávamos 3 ml de Novalgina com 11 gotas de Paracetamol para controlar a febre. Foi assim até sábado à noite quando novamente em contato com o pediatra, foi nos dito para levá-la ao hospital com urgência para pesquisar o motivo da febre, pois não pode acontecer de após medicação com antibiótico, a febre permanecer por este tempo todo. Sábado, 21 hs., lá estávamos nós no hospital para outra consulta no plantão pediátrico, que após exame visual, mostrou-nos as amígdalas de nossa filha repleta de placas, ou seja, o antibiótico não fazia efeito algum. Pediu também hemograma, RX dos seios da face e RX dos pulmões. Adiantou-nos que seria interessante uma injeção de Benzetacil, já o antibiótico oral não fazia efeito, ou trocar o antibiótico. Lembrei que o antibiótico (SinotClav) no tratamento de outra amigdalite dela algum tempo atrás também não tinha dado muito certo, pois causou muito vômito e muita diarreia obrigando-nos a interromper o tratamento antes do prazo.

Com muita dificuldade e com muito choro, foi feito os dois RX. Até que ficassem prontos, fomos ao laboratório do hospital para coleta de sangue para o hemograma, outra dificuldade... coletar sangue no bracinho de um neném de 1 ano e seis meses. Que dificuldade. Pela dor e trauma na criança e pela dor nos pais que ajudavam naquela tarefa tão difícil com a própria filha. Com todos os exames prontos voltamos à médica para vê-los. Não havia sinal de sinusite e os pulmões estavam limpos. Menos mal. A médica indicou então a injeção de Benzetacil. Enorme dificuldade de uma criancinha de 1 ano e seis meses, tomando uma injeção tão temida pela dor que causa, mas um mal necessário. Chorou intensamente antes, durante e depois da injeção. Eu e minha esposa a segurando, o enfermeiro aplicando e ela chorando muito, muito. Situação difícil... Uns quinze minutos após a aplicação ainda soluçava de tanto choro. Mas o pior passou. Fomos pra casa e a noite foi bem tranquila.

Já curada, após a crise desta quarta infecção num período de 7 meses, levamos nossa filhinha para fazer o RX digital solicitado pelo otorrino. Foi constatado que a passagem de ar na cavidade nasal estava comprometida em 90%, próximo à garganta (Cavum). Segundo o médico, já era indicação pra cirurgia, mas como ela era muito novinha, devíamos esperar por volta de 3 anos para se pensar em cirurgia, já que antes disso, segundo ele, a cirurgia não é definitiva e a adenoide retorna. Ainda nos informou que ele especificamente não realizava mais cirurgias e que na época necessária, indicaria vários profissionais para tal tarefa. Meu sobrinho, aos cinco anos, fez cirurgia de remoção das amígdalas e adenoide com uma médica conhecida na cidade, e então resolvemos consultá-la também. Ela nos ouviu, examinou minha filhota, viu o RX do Cavum, viu uns filminhos que tinha feito da Fernanda dormindo, mostrando a dificuldade de sua respiração no sono e confirmou o diagnóstico da hipertrofia das adenoides pela radiografia; disse que a passagem de ar pelo nariz estava comprometida em 90%. Disse-nos ainda que uma criança leve por volta de 3 meses pra se recuperar totalmente de uma amigdalite. Como ela já tivera 4 infecções até esta data, então nunca se recuperou completamente. Ela estava bem, corria, pulava, brincava e se alimentava normalmente, mas a médica notou ainda uma certa infecção com secreção na garganta. Passou o antibiótico Claritromicina por 10 dias, 2x ao dia, 2 ml, Nasonex (spray) por 40 dias de 12/12 hs e Predsin por cinco dias. Pediu alguns exames de sangue para o retorno, 40 dias depois.

O sono da neném com estes medicamentos pareceu ter melhorado muito. Ela já não apresentava tanta secreção e respirava bem melhor. As últimas doses do antibiótico Claritromicina, estávamos dando junto ao leite Ninho na mamadeira, pois era apenas 2 ml. Sem nada acompanhando o remédio, ela simplesmente jogava pra fora da boca. Tentamos a solução foi misturá-lo ao leite na mamadeira da noite (21 hs). Pela manhã era mais fácil, misturávamos o antibiótico num Danoninho e ela tomava sem perceber.  Não sabemos se foi coincidência ou o fato de misturarmos o antibiótico na mamadeira, mas após a última dose na 4ª feira pela manhã, ela começou a rejeitar a mamadeira. Não queria mamar de jeito nenhum. Tentamos por o leite num copo e damos a ela e ela jogou fora também. Ficamos na dúvida: é o leite ou a mamadeira. Tentamos o leite de vaca na mamadeira e ela não queria. Comia normalmente, mas mamar não queria. Contatamos o pediatra e ele disse que nunca se deve misturar remédios ao leite pra dar aos bebês, mas já era tarde. Tentamos misturar Nescau, Sustagem, Novo Milk e nada, nem na mamadeira, nem no copo. Parecia que parou de vez com a mamadeira. A partir daí, o recurso está sendo fazer a mamadeira dela normal com o leite Ninho e então com este leite, preparar um mingauzinho doce que ela estava adorando. O detalhe é que a primeira mamadeira do dia que damos, por volta de 5 ou 6 hs da manhã, ela mama todinha, talvez porque ainda está meio inconsciente, meio dormindo ainda, mas as outras 2 (a da tarde e da noite) ela não quer de jeito nenhum. Estão sendo substituídas pelo mingau como disse e também como o próprio leite Ninho embebido em pedaços de pão ou bolacha. Assim ela acaba ingerindo os 150 ml misturados a pedacinhos de pão ou bolacha e ela adora.

Com o passar dos dias, ela foi aceitando a mamadeira novamente. Decorridos os 40 dias da primeira consulta com a médica otorrino (9/9/13), voltamos para o retorno médico em 21/10/2013 com os exames de sangue solicitados (alergia e outros). Na consulta ela notou ainda um pouco de secreção, pediu pra continuarmos com o Nasonex uma vez ao dia (noite), prescreveu Brancho Vaxom em sachê (10 dias ao mês por 3 meses), para melhorara da imunidade e ainda Aderogil gotas (vitaminas) uma vez ao dia (3 gotas). O resultado para alergia deu muito alto para ácaros e pêlos de animais – frisado pela médica.


5ª Amigdalite (02/11/2013)

Numa tarde, após os 10 primeiros dias tomando o complemento imunológico Brancho Vaxom misturado no Danoninho, notamos nossa filha com o corpinho mais quente e quando verificamos com o termômetro, estava com quase 38 graus de febre. Como era sábado, levamos ao hospital e a plantanonista que até já estava acostumada com nossas visitas, mais outra vez constatou amigdalite com presença de placas na garganta. Outra vez foi aplicada Benzetacil no início da tarde... que dificuldade...e agulha ainda entupiu na primeira tentativa... dá pra se imaginar o quanto a criança chorou com 2 agulhadas no bumbum. Estávamos com viagem marcada para Porto Seguro para o dia seguinte a noite, domingo. O vôo sairia às 23 hs. do aeroporto de Confins, mas a esta altura não tínhamos certeza se iríamos ou não, apesar de estar tudo programado, agendado e pago. Até liguei para a empresa aérea e o hotel, pensando em desistir, mas como ela começava a apresentar melhoras, decidimos que iríamos. Saímos do aeroporto de Confins e descemos em Porto Seguro por volta de meia noite em nosso relógio. Como o estado da Bahia não participa do horário de verão, na verdade chegamos à 23hs., horário local. Ainda com febrinha baixa vamos medicando nossa filhinha, na esperança de que a febre ceda de vez. Porém, ao contrário da outra vez em que ela tomou a Benzetacil, desta vez ela teve febre por mais alguns dias. No dia seguinte à noite ela estava com 38 graus e decidi levá-la a um pediatra de plantão num hospital (Neurocor) em Porto Seguro. Pelas contas da mesma, a febre cederia até 72hs. após a injeção, o que realmente ocorreu – na terça à tarde a febre sumiu de vez. 

6ª Amigdalite (24/11/2015)

Neste domingo à tarde, mais um vez notamos nossa pequena mais quietinha, chorona, resmungando mais, enjoadinha e em determinado momento notei sua mãozinha mais quente...talvez fosse só cisma minha, mas pegamos o termômetro e sua temperatura estava perto de 38°C. Ligamos para saber quem era o pediatra de plantão no hospital e a levamos. Lá a médica notou placas nas amígdalas mais uma vez (a sexta infecção no ano). Receitou Amoxilina 250. Ainda nos hospital, tentamos dar a ela, 5 ml de novalgina infantil, mas ela vomitou inclusive o que havia ingerido no jantar. Comunicamos à médica, que prescreveu uma injeção de Dipirona e Plasil dada em seguida. Ainda nesta noite demos a ela a primeira dose de Amoxilina. Antitérmico seria dado de 3 em 3 horas mais ou menos. Na madrugada, após o efeito da Dipirona injetada no hospital, a febre veio pra valer... tentamos Ibuprofeno, mas não adiantou muito, então tivemos que dar um banho morno pro volta de 2:30 hs . Nossa gatinha batia com os dentinhos de tanto frio que sentia por causa da febre... e a água na banheira só morna... tremia muito e chorava muito. É uma cena muito dura e triste. Com o banho e o Ibuprofeno, a febre vagarosamente foi cedendo, mas já era quase ora de outro antitérmico.... o maior problema era que sempre vomitava quando tentávamos dar Novalgina ou Paracetamol. Aí a situação piorou... Vomitou de madrugada.... vomitou pela manhã quando tentamos dar o Paracetamol. Voltamos ao Ibuprofeno... Fui trabalhar pela manhã e minha esposa ficou com ela. À tarde, quando voltei do serviço, tentamos mais uma vez dar o paracetamol e ela vomitou todo o leite que havia mamado às 15 hs. Decidimos voltar ao hospital para nova consulta, pois daquela forma não estava dando certo.

Enquanto aguardávamos nossa vez com o pediatra, encontramos um pediatra conhecido e comentei com ele aquela situação e na opinião dele, seria melhor diante das circunstâncias, ela tomar outra Benzetacil para cortar o problema pela raiz e assim fizemos. Consultamos o médico de plantão e ele teve a mesma opinião. Mais uma vez fomos com nossa princesinha chorando muito pra tomar outra Benzetacil. Dia 25/11/20013. Meu Deus, ...é muito difícil segurar sua filha com menos de 2 anos, pra tomar uma agulhada daquelas no bumbum... o choro é muito forte... a dor pra ela também devia ser....que pena. A nossa dor era bem grande.

  -  Durante o ano de 2013, foram então 06 infecções de amígdalas e consequentemente muitas idas a hospitais e médicos, muito estress pra nós, pais e pra ela, muita angústia, vários antibióticos e outros medicamentos, injeções de Benzetacil, contra vômitos e para febre... Apesar de não estar mencionado no texto, houve várias consultas com diversos profissionais como otorrinos, pediatras, consulta com um infectologista para pequisa se havia algo de errado com o sistema imunológico dela e ainda tratamento com homeopatia... Puxa, foi um ano bem estressante neste aspecto.
7ª infecção de amígdalas – 07/02/2014 - Em 2014, as coisas não podiam continuar daquela forma, tanto sofrimento e alguma coisa teria que ser feita para interromper aquela situação.
No dia 03 de fevereiro de 2014, tomou vacina contra varicela. Na madrugada de sexta-feira, dia 07 de fevereiro de 2014, por volta das 5hs. da manhã ao dar a mamadeira a ela, notei as mãozinhas e pezinhos mais quentes que o habitual, sinal que parecia alguma febrezinha vindo. Ela mamou normalmente e peguei o termômetro de infravermelho (que não é muito confiável) e na mão estava com 37,8°C. Na testa, a temperatura estava normal. Na clínica de vacinação, foi-nos dito que podia haver febre até uns vinte dias depois... chata dúvida, pois assim não sabemos se alguma febre que viesse seria de uma possível infecção de garganta (que já estávamos traumatizados) ou alguma reação da vacina. E não é que neste dia 7, a temperatura subiu e chegou a 38° C? Demos a ela Ibuprofeno à tarde e por volta de 21 horas a febre voltou ainda mais alta desta vez. Tentamos Novalgina xorope e ela vomitou, demos Ibuprofeno, mas sem muito sucesso, pois a febre não cedia. Demos um banho morno, que ajudou um pouco, mas logo em seguida, voltou novamente. Levamos ao hospital e para nossa surpresa, a pediatra de plantão tinha acabado de sair e o médico de plantão não atende crianças abaixo de 13 anos. A atendente ligou para outros hospitais e pronto socorro e em nenhum havia pediatra de plantão. Estávamos num hospital com uma criança com febre alta e não tinha como ser atendida por um médico nem ali nem noutro hospital. O enfermeiro tentou dar a ela algumas gotinhas de Dipirona, que foram vomitadas em seguida. Fica clara a situação de caos na saúde no país. Não se conseguia um pediatra à noite...

Voltamos pra casa meio desesperados, demos outro banho morno e duas horas após tomar o Ibuprofeno, começa a ceder a febre. É muito angustiante tal situação. Óbvio que praticamente não dormimos esta noite vigiando a febre de nossa princesinha. No dia seguinte pela manhã, sábado, novamente voltamos ao hospital e o pediatra de plantão constatou placas nas amígdalas mais outra vez... Prescreveu Benzetacil, que tentamos dar no hospital, com entupimento da agulha por duas vezes... quanto sofrimento para nossa filhinha. A enfermeira sugeriu que comprássemos num farmácia Benzetacil líquida, já que o hospital não fornecia e o entupimento da agulha é causado pela má diluição do pó no diluente da tradicional e sendo líquida não teria este problema. Pedi ao médico a receita para comprar numa farmácia, Benzetacil líquida, que seria mais fácil, voltamos à tarde no hospital e a enfermeira aplicou a injeção por volta das 15 hs. Demos mais uma vez o antitérmico e nesta noite ela dormiu bem melhor. No dia seguinte já não apareceu mais a febre.

Como já estava marcada a bastante tempo uma consulta com um outro pediatra renomado na cidade, fomos ao seu consultório, que fica no anexo ao Hospital, expomos a ele algumas dúvidas e depois de uma consulta bem demorada, ficamos aliviados com aquele encontro. Até questionamos se seria interessante diante das constantes infecções de amígdalas, deixarmos que ela frequentasse a escolinha. Na opinião dele, seria interessante e que se ela tivesse que apresentar as infecções, isso iria acontecer de qualquer forma até que ela completasse seus 5 ou 6 anos. Não havia como fugir. No dia seguinte a matriculamos e já a deixamos na escola para ver como seria seu comportamento. Foi difícil vê-la chorando, pois queria estar com a mãe, mas naquele momento não seria possível. Dá um nó na garganta entregar sua filha a pessoas estranhas e você não ter controle da situação, não estar por perto pra saber como ela vai ficar, se está tudo bem, se continua ou não chorando. Insegurança dos pais, claro. Será o que se passa na cabecinha de uma criança nesta fase... será que se sente abandonada? As referências de pai e mãe não estão à vista, o lugar é totalmente desconhecido.... Onde estão meu quarto, minha casa, a mamãe, o papai, os brinquedos...deve se sentir muito só nesta situação... 

Em 13/03/2014, ao irmos para escolinha, numa quinta-feira, percebemo-la um pouco mais quentinha, em estado febril que começamos a combater com antitérmicos. No sábado, às 6 hs da manhã, ao darmos o Ibuprofeno, ela vomitou todo o leite que havia ingerido algum tempo antes. Neste dia, lanchou pouco pela manhã e mais tarde também não quis almoçar, ficando em estado febril o tempo todo. Mamou normalmente na parte da tarde e por volta das 17 hs começa a reclamar de “dodói” na barriguinha seguido de choro. Continuava em estado febril; às 2 hs da manhã pediu mamadeira e às 7:30 mamou novamente. Às 11:30 reclamou bastante de dor na região da barriga, apertava com a mãozinha, gemendo e muito chororô. Alguns minutos depois, vomitou água que havia ingerido minutos antes. Como só tinha tomado o leite bem cedo e não quis mais nada, achamos que podia estar com algum incômodo pela fome e estávamos saindo para almoçar, mas antes demos algumas gotas de Digesan (contra vômito). No restaurante comeu um pouco e logo depois vomitou o almoço. Fomos ao hospital e o pediatra plantonista receitou ½ comprimido de Vonau de 8/8 hs. para vômito, que foi recusado logo na primeira tentativa com outro vômito. Demos a outra metade do comprimido e então ela dormiu um sono muito agitado, com dificuldade de respiração; acordou com choro, aparentava dor e apertava a barriga com a mão e se contorcia bastante. Resolvemos levá-la novamente ao hospital. O mesmo pediatra passou então uma injeção de 4 mg de Plasil e 4 mg de Dipirona. Em casa, ela lanchou um pouco e alguns minutos depois quando parecia ter dado uma boa melhora, ela vomitou todo o lanche na cama. Corremos novamente para o hospital e vomitou bastante a caminho do hospital e ainda várias vezes na recepção, mas já sem nada pra vomitar... Ela já estava bem fraquinha, pálida, olhos caídos.
Qualquer um que olhasse aquela garotinha via um semblante sem nenhuma expressão, muito triste e abatido, uma aparência para qualquer pessoa se preocupar. Pedimos ao pediatra para passar soro injetável, já que ela não comia nada e só vomitava. Quando a enfermeira de plantão tentou encontrar a veia para o soro, vimos que estava com muita dificuldade e disse-nos então que ela já estava muito desidratada. Apesar de leigo que sou, percebi pela preocupação das enfermeiras e médico que ela quase entrou em choque. Quando pegava alguma veia, o sangue não voltava. Parecia não haver força do sangue nas veias das mãos e dos pés e o mesmo não voltava na agulha e tinha então de passar para o outro pé e logo em seguida para outra mão. Nós já começávamos a nos desesperar com aquela situação. Nisso, só se conseguiu a veia na quarta tentativa de furo com aquela enorme agulha. E nossa menininha gritava e gritava, chorava e chorava, gritava mamãe, gritava papai com as poucas forças que lhe restavam e nós a segurando para o próximo furo. Cena muito triste para os pais, mas necessária. A cada furo, eu, minha esposa e outra enfermeira a segurando para sua colega procurar uma veia. Tudo isso aconteceu ainda na enfermaria. Deu certo e ela recebeu um litro de soro na enfermaria e a pediatra que assumiu na troca do plantão, pediu a internação de nossa filhinha com quadro de vômito, dificuldade respiratória com princípio de bronquite, amigdalite e desidratação.


                       Já bem desidratada no colo da mamãe tomando o primeiro soro e aguardando a internação
              



Já sem o soro. Ficou bem redondinha de tanto soro tomado. De domingo das 20 hs até terça pela manhã praticamente só dormia


Após sua melhora e saída hospital no terceiro dia, fomos ao pediatra dela, onde foi relatado o ocorrido e tendo em vista que já tínhamos ido a diversos otorrinos na cidade, sendo que nenhum assumiu a necessidade da cirurgia, ele sugeriu que teríamos que procurar outra opinião com outros otorrinos até que encontrássemos algum que concordasse com essa possível cirurgia das adenoides de nossa pequena, pois na clínica em que atendia, afirmou ter atendido várias crianças bem abaixo de três anos, operadas nestas condições que minha filha estava. Segundo o pediatra, a cirurgia teria que ocorrer o mais rápido possível, pois estava interferindo muito na qualidade de vida da pequena com muito antibiótico, injeções, febres, afastamento da escolinha, estresse pra ela e para os pais, dificuldade no sono... Na situação em que estava, não teria como freqüentar a escolinha; não estava ainda preparada pelas condições da adenoide e amígdalas. E o pior de tudo, a imensa quantidade de antibióticos que tomava.
Começamos a pesquisar novamente sobre a cirurgia e marcamos consultas com outros otorrinos para tirar outras opiniões já que todos que anteriormente consultamos, eram a favor da cirurgia apenas após os três anos e o pediatra achava que era urgente, tendo em vista a condição de sofrimento enfrentada pela criança com tantos episódios de infecção, injeções de Benzetacil, injeções para enjôos, analgésicos e antitérmicos, vômitos e ainda dificuldades na respiração. Encontramos um otorrino em 31/03, que diante dos fatos e exames, sugeriu que se até o meio do ano, ela tivesse duas ou mais infecções de garganta, poderíamos mesmo nos preparar e agendar com ele a cirurgia dela. Um outro ainda, apesar de todos os exames que tínhamos em mãos e vídeos mostrando a obstrução pelas adenoides e relatado a ele que já tínhamos tentado vários tratamentos, ainda recomendou uma série de medicamentos antes de se falar na cirurgia ( Rilan, Piemonte, Decongex, Aires 200 e ainda outro RX do cavum para rever a situação da adenoide). Nessa altura, já não confiávamos nos tratamentos para reverter essa situação e ao menos o RX nós fizemos e no laudo constava: Grande aumento das adenoides, reduzindo consideravelmente a coluna aérea do cavum”.
Parecia-nos que a maioria dos otorrinos evitam a cirurgia, mesmo quando tudo aponta para necessidade de fazê-la. Dificuldade de dormir à noite, muito ronco, respira eventualmente com a boca aberta, voz anasalada, remexe na cama a noite toda, acorda várias vezes na noite, muitas amigdalites, que às vezes trazia vômitos e até desidratação, muita secreção o ano inteiro, visita a médicos diversos, muito remédio o ano todo entre antitérmicos, antibióticos (Benzetacil), analgésicos, anti-alérgicos e grande angústia dos pais toda noite sem exceção, além dos 2 RX com diferença de quase 1 ano entre eles, mostrando uma obstrução pelas adenoides de 90 %. Marcamos diversos otorrinos que ainda não tínhamos ido, talvez na esperança de que algo fosse diferente e algum deles nos mostrasse um caminho que resolvesse essa situação de vez.  Fizemos várias gravações em vídeo da nossa garota dormindo, que eram mostradas aos otorrinos e todos concordavam com o problema, mas nenhum mostrava a solução, apenas os paliativos que não resolviam nada.
Tirei uma licença médica por causa de uma faringite bacteriana e fui passar uns dias na casa de meus pais e lá, conseguimos marcar uma consulta para o dia 02/05/14, com um otorrino indicado por uma vizinha de minha sogra, cuja filha havia passado pela cirurgia de ouvido, amígdalas e adenoide. Na consulta, relatamos o caso, mostramos os exames e os vídeos do sono dela e ele fez rapidamente uma constatação com o aparelho de videolaringoscopia e nos disse que no caso dela, seria interessante fazer uma cirurgia das amígdalas, da adenoide que comprometia 90% da respiração nasal e ainda de uma hipertrofia dos cornetos. Marcamos a cirurgia para o dia 27 de maio e voltamos a Divinópolis com a solicitação do risco cirúrgico e indicação de medicação visando a cirurgia, sendo o antibiótico SigamaClav por 7 dias imediatamente antes do dia da cirurgia, para termos a garantia que na data da operação ela não teria nenhuma infecção, já que o tempo todo ela tinha secreções. Fiquei muito aliviado após esta consulta, pois encontramos alguém que parece que tiraria um enorme peso sobre nós 3 (eu, minha esposa e principalmente da minha filhinha, que mal dormia todas as noite já por um bom período de tempo). Uma mistura de medo e alívio era a sensação nesta ocasião. Medo porque, uma criança de 2 anos e 4 meses, nossa filha, iria se submeter a uma cirurgia com anestesia geral, algo novo pra nós, mas ao mesmo tempo sentia alívio com a expectativa que aquela angústia que nos acompanhava toda noite por mais de um ano, pudesse estar no fim.
Retornamos ao pediatra dela com esta informação, já que fazia algum tempo que não íamos e relatamos a situação e a cirurgia marcada. Ele frisou que na opinião dele, deveríamos fazer apenas a cirurgia das adenoides pra melhorar a respiração nasal e o sono de nossa filha e que não era a favor de remover as amígdalas nessa idade, que era um órgão importante com dois, três anos de idade e que muito possivelmente após a adenoidectomia (extração da adenoide), as amigdalites também reduziriam, pois a respiração à noite deixaria de ser bucal, fonte de amigdalites. Ainda sugeriu que tirássemos uma última opinião com uma otorrino renomada na cidade. Passei no consultório dela numa sexta-feira e como havia uma desistência de um paciente na segunda próxima, deixei marcada uma consulta conforme sugerido pelo pediatra. Ela viu o problema que minha filha, eu e minha esposa estávamos passando e também opinou que fosse feita apenas a adenoidectomia e se não conseguíssemos realizar esta cirurgia com este médico, que voltássemos a ela e ela então a faria. Pensamos, pensamos e ponderamos muito e diante da perspectiva do problema da recuperação na extração das amígdalas e seguindo a sugestão do pediatra e desta medica otorrino, liguei para o cirurgião e disse que não faríamos a extração das amígdalas, no que ele concordou tranquilamente. Após isto e após pesquisar por alguns dias, vi alguns relatos de pessoas que fizeram cirurgia de hipertrofia dos cornetos (Turbinoplastia ou turbinectomia) e o relato do resultado da grande melhora na respiração porém, uma grande piora na qualidade de vida de algumas das pessoas que a fizeram. Como sou muito encucado, fiquei com medo desta intervenção nos cornetos nasais e mais uma vez, fomos ao cirurgião numa última consulta mostrando nosso medo. Ficou definido que faríamos apenas a extração das adenoides e futuramente, se necessário, outras intervenções.
Mesmo com tudo certo para cirurgia, o medo ainda nos perseguia. Será que estávamos certo em fazer tal cirurgia? Estava um pouco confuso pelo medo, pelo risco, não sabíamos as consequências, como seria a recuperação dela, já que não toma nenhum medicamento com facilidade. E como daríamos um analgésico após a cirurgia? Se tivesse febre, como daríamos um antitérmico? Será que iria se alimentar bem, ou recusaria alimentação e teria que tomar soro por isso? Estas dúvidas eram amenizadas, quando lembrávamos dos episódios de banhos pela madrugada fria para conter uma febre que não cedia; lembrava das vezes que a seguramos na maca do hospital para aplicação da dolorosa Benzetacil; quantas vezes teve que tomar injeções para cortar os vômitos e quantas vezes esteve prostrada na cama ardendo em febre. A insegurança ainda estava presente, tanto que marcamos outra videolaringoscopia no dia 20/05, e o otorrino nos confortou, enumerando os benefícios que ela teria com a cirurgia e a necessidade deste procedimento no caso dela.
Foi-nos pedido que no dia da cirurgia (27/05/2014), chegássemos ao hospital às 6 hs da manhã e lá estávamos na manhã do dia marcado: eu, minha esposa, minha garotinha e  minha sogra.


Esperando pela internação já no hospital pela manhã

Ela foi internada ás 8hs e eu e minha esposa entramos com ela na sala anexa ao bloco cirúrgico, acompanhamento permitido apenas no caso de cirurgias em crianças. A enfermeira do bloco trouxe a roupinha típica que a Nanda iria usar no hospital e a vestimos... após isso, em sua inocência disse que estava vestida com roupa de “bailarina”.

Já vestida com a roupinha do hospital para cirurgia

A enfermeira volta com o elástico para o braço e agulha para tentar encontrar a veia nos braços da Nanda que começa a chorar como já era esperado. Tentou apalpar a veia no bracinho dela para o soro, mas diante da dificuldade, informa-nos que teria que levá-la o bloco e lá a sedariam com um gás antes e assim mais facilmente conseguiriam achar uma veia no bracinho para o soro e os medicamentos necessários. Foi muito difícil vê-la ir nos braços da enfermeira aos prantos para o bloco cirúrgico. Ia se distanciando de nós pais e seu choro foi ficando cada vez mais distante, mais baixo à medida que se afastava da sala onde estávamos. Com certeza ainda estava chorando, mas já não dava pra se ouvir mais. Os minutos iam passando e o tempo todo, ficávamos nos questionando se ela já estaria sedada ou não... Será que tinha parado de chorar? Será que estava bem? Será que a cirurgia já tinha começado? Quanto tempo iria durar?
O tempo ia passando e já havia quase uma hora que a entregamos à enfermeira do bloco e ainda não tínhamos notícias. Eu e minha esposa ficamos de pé no corredor, do lado de fora, em frente à porta do bloco cirúrgico numa enorme expectativa, esperando alguma notícia da cirurgia, torcendo e rezando pra que tudo desse certo. Dou uma volta lá fora no hospital onde estavam minha sogra e agora também meu irmão no saguão de entrada do hospital. Quando volto ao corredor do bloco, minha esposa já tinha sido chamada para sala anexa ao bloco cirúrgico, onde entro e vejo que nossa filha já estava na cama na sala de recuperação da anestesia. Olha, não é uma cena muito boa de se ver... Não é nada agradável ver alguém voltar da anestesia geral. Ela gemia alto e de uma forma muito estranha e tossia bastante. Às vezes parecia chorar e estar muito confusa. A impressão que tínhamos era de estava com muita dor, mas a enfermeira nos disse que era uma reação normal, causada na volta da anestesia geral e que ela não estava com dores. Mas, foi uma visão forte e ruim vê-la naquele estado. Quase uma hora depois ainda na sala de recuperação, ela já tem uma aparência bem melhor.
Após algum tempo e totalmente recuperada da anestesia, ela vai para um apartamento na ala de pediatria nos braços da mãe e a esta altura, já está ótima, brinca e está bem serena. Nem parecia que acabara de passar por uma cirurgia.


Voltando da anestesia geral
            
Algum tempo depois já no apartamento

Bem descontraída
  
E o mais interessante de tudo, para espanto nosso, ela não tomou uma gota sequer de analgésico após sair no bloco cirúrgico. Dois meses se passaram e Fernanda estava ótima; parecia outra garota para dormir, pois não roncava mais.
O tempo foi passando e era sempre motivo de comemoração, a cada mês que se passava e ela não apresentando mais nenhuma infecção na garganta. Obviamente que outras viroses viriam, mas daquelas terríveis amigdalites, graças a Deus estávamos livres.
Alguns meses depois, novamente vem uma dificuldade de respiração à noite, mas desta vez parecia ser alérgico mesmo, pois era mais à noite e acompanhada de tosse. Era só deitar e a dificuldade de respirar vinha com bastante secreção. Durante o dia, alguns espirros e um pouco de tosse.
Por volta do mês de setembro, ou seja quatro meses após a cirurgia da adenoide numa segunda-feira, ela praticamente não queria comer nada e a noite estava ficando bem complicada sua respiração. Gravei um vídeo da respiração difícil dela à noite e fomos ao hospital pela manhã. A pediatra, depois de tantas visitas, já bastante conhecida nossa a examinou e disse que ela estava com excesso de secreção, pediu um RX do tórax e outro da face e após os exames nos informa que não havia sinusite, mas um início de bronquite. Passou uma injeção de Ceftriaxona, Decongex à noite, Avamys 2 vezes ao dia, Aerolin enquanto estivesse com tosse, Predsin, 5ml/dia por cinco dias e pediu que voltássemos no dia seguinte após às 19 hs, quando ela iniciaria novo plantão. Retornamos com ela já bem melhor, mas a médica achou por bem dar outra injeção de Ceftriaxona. Dois dias depois ela já alimentava melhor e respirava bem à noite também.
Depois de um longo tempo de espera, conseguimos também uma consulta (15/09/14) com um alergologista em Divinópolis. Levei vários vídeos dela dormindo com respiração ruidosa e após o histórico por nós relatado, ele mencionou a rinite alérgica, que deveria ser tratada. Foi feito o teste cutâneo (mais sensível) de alergia para 13 alérgenos no braço com resultado da reação mais intenso para poeira e fungos. Passou-nos 2 frascos de 30 ml cada de Sigamliv, sendo 5 ml por dia que daria para 12 dias, um spray nasal Omnaris, sendo um jato a noite diariamente e as vacinas semanais, sendo a primeira com 0,2 ml e as demais de 0,5 ml. A primeira injeção da vacina foi feita na farmácia em 17/09/14 com 0,2 ml de alérgenos. Após a sétima dose deveríamos voltar ao médico.
Apesar dos medicamentos passados pelo alergologista, como ela estava com a respiração bem complicada pelas secreções ao dormir e ainda começou a tossir bastante levamos ao nosso pediatra no dia 18/09 que após analisá-la e não descobrir a infecção, pediu um RX para investigar alguma possível sinusite. O RX estava ok e nos passou apenas 7,5 ml/dia de Predsin por 5 dias para tirar a tosse.
Na madrugada de 23/09 além da grande dificuldade respiratória, ainda aparece a febre, pra nos confundir ainda mais. Seria bronquite? Amigdalite? Resfriado? Como ela ainda tossia muito à noite, o pediatra nos indicou 7,5 ml de Predsin pela manhã e 7,5 ml à noite (15 ml total num dia) e 10 ml para o dia seguinte e logo em seguida parar com este medicamento. Pediu repouso total dizendo que este tem o mesmo peso dos medicamentos para quem está tossindo. Passou também o antibiótico Ceclor, pois ela apresentava febre, então estava com alguma infecção e ainda pediu para usarmos o Aerolyn de 3 em 3 hs. por causa da tosse. Outro medicamento incluído na receita foi o Claritin D (antialérgico Loratadina 2,5 ml de 12/12 hs).
Outra vez, um exagero de remédios. Resolvi levá-la ao hospital para uma visita ao pediatra de plantão, principalmente para avaliação presencial da parte respiratória e pulmonar associada à febre, o que nos deixava com medo de ser uma bronquite que poderia levar a uma peneumonia, uma vez que somos leigos no assunto...
Estávamos no hospital no dia 23/09, terça-feira e fomos atendidos por uma pediatra plantonista especializada em pneumologia, que fez uma minuciosa consulta com nossa filhinha. Então ela constata além do problema respiratório, também estavam presentes placas bacterianas nas amígdalas. A última infecção de amígdalas havia sido em Fevereiro (dia 05/02 ela tinha tomado a última Benzetacil) – dia 5 de outubro fariam 8 meses sem amigdalites..que pena, mais uma... Mas se forem espaçadas assim, tudo bem, pois todos nós eventualmente temos uma ou outra infecção de garganta. Foi um bom intervalo de 7 meses e 20 dias). A médica então prescreveu Aerolyn, 2 jatos de 4/4 horas, não pode ser mais que isso, pois se assim for, o paciente teria necessidade não de tratamento em casa e sim de oxigênio no hospital. Informou o limite de jatos a qualquer paciente que são 4 numa aplicação e prescreveu ainda o antibiótico Amoxilina + Clavulanato (5 ml de 12/12 hs) por 10 dias. Podíamos continuar com o Claritin D (Loratadina indicado pelo pediatra). Diante da dificuldade de tantos medicamentos, 2 doses diárias de antibiótico e a dificuldade de adminstrá-lo, sentamos-nos com nossa filhinha (aqui com 2 anos e 8 meses) e falamos com ela deforma franca: se ela tomaria uma única injeção (Benzetacil) ou se tomaria os remédios, que normalmente ela rejeita. Já começa a chorar dizendo que não quer tomar injeção no bumbum e aceita tomar os remédios direitinho. Após o primeiro dia de antibiótico, a febre cedeu, porém aparece outro probleminha. Ela tem diarréia 3 vezes num dia e é algo novo a nos preocupar. A febre cedeu já no primeiro dia após o antibiótico e a diarreia apareceu após o 1º dia de tantos medicamentos... que dó de nossa princesinha. Sempre pulando, brincando, cantando como se não estivesse nada de errado. Ligo para o hospital após chegar do serviço e a pediatra de plantão é a nossa conhecida. Uma consulta de retorno seria feita. Voltamos ao hospital no início da noite e após examiná-la, nos dá duas opções: ou damos a ela uma Benzetacil, ou substituímos o Amoxilina + Clavulanato por um só de Amoxilina, pois segundo ela o que causa a diarréia em algumas pessoas (não todas) é o Clavulanato. Como não sabíamos o que fazer, com pena de nossa filhinha ou para uma nova injeção ou com a dificuldade de mais 10 dias de antibióticos, 2 vez ao dia, ou seja 20 doses... Não sei o que era melhor, ou o que era pior das duas alternativas. A médica nos dá as 2 receitas para escolhermos o que fazer, pois já eram quase 22 horas. Saímos e no carro, conversando sobre o que fazer a caminho da farmácia, com muitas dúvidas, optamos pela Benzetacil e tentamos comprar uma líquida pra evitar o problema dos entupimentos na aplicação. As 2 únicas farmácias que encontramos abertas não possuíam a tal injeção líquida. Rodamos, rodamos e fomos a outro hospital no centro. Resolvemos dar a ela a Benzetacil lá mesmo, pois já eram quase 23 horas e mais uma vez, muito estressante, difícil, doloroso, desolador, ver sua querida filhinha aos prantos sendo “presa” na maca pelo pai, pela mãe e ainda pela ajuda de uma enfermeira, para que a outra lhe aplicasse nas nádegas, aquela enorme e dolorosa injeção... é muito triste tudo isso... mas necessário, infelizmente... E o estress ao final de tudo isso é gigante, como não poderia ser de outra forma, pois é nossa amada filhinha naquela situação.

Após uns 10 dias bem boa, começa novamente dificuldade respiratória com intensa secreção, ronco intenso, apnéias freqüentes e eventualmente tosse e espirros. Fomos ao otorrino também já conhecido nosso no dia 07/10 solicitando uma videolaringoscopia (como não entendo nada desta parte, até imaginei se não poderia haver o retorno das adenoides, ou seria alergia intensa?), tendo em vista que devia haver algo de errado... Alguma coisa estava errada. Antes, ela estava com uma série de sintomas, (roncos, respiração com a boca aberta e secreção), fez a cirurgia da adenoide no mês de maio e melhorou... Agora, cinco meses depois, os sintomas voltam com uma novidade – está tendo apneias, isto é, pára de respirar por vários segundos. No exame de nasovideolaringoscopia, não se conseguiu visualizar o local das adenoides pela excesso de secreção com pus. Ela não apresentou febre e o otorrino pediu um RX dos seios da face, constatando uma sinusite. Passou o antibiótico Klaricid 50, 2,5 ml/dia por 10 dias e Predsin 3,0 ml/dia por 5 dias. Mesmo com estes medicamentos, apesar da secreção ter diminuído bem, não cessou completamente e os roncos mesmo com a boca aberta na respiração noturna continuaram bem intensos. Dia 13/10, segunda-feira, fizemos outro RX do cavum e marcamos para 14/10 retorno a este otorrino para após a medicação refazermos a nasovideolaringoscopia. Porém, iríamos ficar uns dias em minha cidade natal e marcamos lá outra consulta com médico otorrino que a operou. Na consulta, mostrei a ele os vídeos que fiz em casa mostrando os roncos e a quantidade de apnéias que ela apresentava enquanto dormia. Estes sintomas só aparecem quando ela estava dormindo. Ele aproveitou e fez a videonasolaringoscopia em seu consultório e como medicina não é uma ciência exata, também achou que a causa mais provável seria o grande volume das amígdalas. Ao adormecer, quando a musculatura fica relaxada, as amígdalas desciam e vedavam a passagem do ar para a traquéia, provocando os roncos e as apneias. Seria necessária uma nova cirurgia. 

Mais uma vez, um enorme peso estava sobre minha cabeça. E da minha esposa também... O medo, a angústia e a insegurança eram bem fortes. Ele sugeriu a marcação da cirurgia para o dia 08 de dezembro de 2014. Voltamos a Divinópolis e a situação da minha filha parece que foi se agravando. As apnéias e os roncos estavam cada vez mais frequentes. Esperar a cirurgia até o dia marcado (quase dois meses depois) seria muita tortura. Liguei para sua secretária e a agenda para cirurgias estava lotada, então consegui marcar a cirurgia fora do convênio médico com uma otorrino em Divinópolis para a quarta-feira da semana seguinte, após explicar a ela a situação do excesso de apnéias em uma criança de menos de 3 anos apresentava. Apesar de já marcada com esta médica, fiquei novamente muito indeciso. A cirurgia era urgente, mas queria que fosse com um médico que já tinha visto a situação dela e no caso de nossa filhinha, foi ele quem fez a cirurgia de adenoides e fez a última videonasolaringoscopia e pra nós, era melhor estarmos na nossa terra natal, afinal ali estavam nossos pais e parentes, o que ajuda muito nessas horas. Liguei no celular dele (que estava participando de um Congresso em São Paulo) e expliquei a situação da urgência a ele e afirmei que a frequência das apnéias estavam aumentando demais. Consultamos ainda para uma outra opinião, um pediatra conhecido em nossa cidade natal e mostramos a ele os vídeos com as apneias e ele também foi taxativo e disse a necessidade da cirurgia o quanto antes possível. Após algum tempo da ligação para o cirurgião, meu telefone toca e era sua secretária remarcando a cirurgia para dali a uma semana, numa quarta-feira, dia 29/10/2014. Incrível a atitude deste médico que após meu telefonema vendo nossa angústia, mesmo estando num congresso em São Paulo, ligou para sua secretária e conseguiu fazer uma troca de pacientes e datas de cirurgia, antecipando a cirurgia de minha filhinha. Ele havia nos dito que o risco cirúrgico da cirurgia anterior serviria, pois era recente e já havia deixado os pedidos de exames de sangue para próxima cirurgia desde a última consulta.
Providenciamos os exames de sangue e buscamos o risco cirúrgico que estava em Divinópolis. Nesta semana toda, foi necessário passar todas as noites sentado ao lado de minha filha enquanto dormia, para mudá-la de posição toda vez que ela tinha uma apneia, o que estava ocorrendo praticamente a cada minuto. Eu ficava acordado na cama ao lado dela movimentando-a durante a noite e descansava durante o dia. A noite anterior à cirurgia foi a pior de todas, pois não havia uma única posição para ela que não tivesse apneias. Ela praticamente não conseguiu dormir esta noite, pela dificuldade de respirar. A sensação que tínhamos era que os pulmões e o diafragma não tinham forças para vencer e empurrar as amígdalas e forçar a passagem do ar nem para dentro na inspiração, nem pra fora na expiração. Cenas muito duras para quem está por perto e assiste, principalmente para os pais... Sempre filmava as apneias que ela apresentava, porém nesta noite não foi possível dado o alto número de apneias que tinha, associadas a nossa angústia e preocupações que eram enormes. Na quarta-feira (dia 29/10/2014), dia da cirurgia, às cinco da manhã, levanta minha esposa e minha sogra, arrumamos nossa filha que estava de jejum absoluto e fomos para o hospital. Imensa angústia, medo e ansiedade de mais uma vez levar nossa filhinha que quando acordada, ninguém diz que tem qualquer problema, brincando alegre e correndo, esperta ao extremo..., porém à noite quando adormece, sua situação é precária, mal respira. Entregá-la outra vez para outra cirurgia, anestesia geral; o medo se agiganta novamente. Tomara que tudo dê certo, que ela se recupere bem, não sinta muitas dores no pós operatório e que esta cirurgia possa realmente resolver o problema, coisa que ninguém podia nos garantir, só mesmo nossa confiança em Deus. 

A única forma de nós como pais, verificarmos como anda a respiração de nossos pequenos é observando mesmo o sono deles e como quase sempre dormem em outro quarto sozinhos, temos de ficar mais atentos a estes possíveis sintomas, para que assim possamos tomar as devidas providências. Não são cenas nada agradáveis de se ver, cenas mais fortes, porém são a realidade do que ocorre com crianças com este problema. Abaixo, estão os links de endereços de 5 vídeos mostrando a dificuldade respiratória apresentada por minha filha, inclusive com várias situações de apneia, alguns meses depois da cirurgia de remoção das adenoides, o que nos obrigou a esta nova cirurgia; desta vez uma amigdalotomia ou extração das amígdalas. Bastava ela adormecer e perder o controle da região da garganta e as amígdalas relaxavam, caíam e obstruíam a passagem do ar para os pulmões. Somente quem é pai ou mãe, tem ideia do que é presenciar um filho nesta situação. Vejam os 5 vídeos abaixo:







Chegamos ao hospital, preenchemos todos os protocolos e vamos para a sala anexa ao bloco cirúrgico... Uma dificuldade de mais uma vez localizar com o dedo, a veia para começar injetar o soro em nossa filha. Então, a enfermeira e o anestesista decidem que vão levá-la consciente para o bloco e lá iria sedá-la com o gás e após isso iriam colocá-la no soro. Ao ser separada de nós pais, muito choro e pra nós uma grande dificuldade também, vê-la sendo levada para uma cirurgia, nos braços de alguém desconhecido pra ela, chorando copiosamente e chamando pelos pais. Cena também muito difícil para nós pais.

Saímos do anexo ao bloco cirúrgico e ficamos aguardando no corredor e depois de algum tempo vem um enfermeira e disse que ela já estava sedada. Minha esposa vai até a portaria do hospital, onde estava sua mãe, e meu irmão entra e ficamos no corredor conversando. Não vi a chegada do médico ao bloco cirúrgico, pois entram por uma porta específica e deve ter chegado quando eu e minha esposa estávamos no anexo ao bloco cirúrgico. Marcada para começar por volta de 8 hs e já eram quase 10:00 hs. A enfermeira abre a porta de vidro do bloco cirúrgico e chama pelo meu nome, dizendo que o médico queria falar comigo. Levei um susto, claro. Entro novamente na sala anexa ao bloco e vem o cirurgião retirando as luvas. Claro que fiquei preocupado. O que poderia o médico conversar com o pai da paciente naquela hora? Será eu havia algo de errado na cirurgia? E ele me relata: 

-  Veja bem. Já operei as amígdalas, refiz a cirurgia das adenóides e o corneto está muito grande e estou aqui pra saber se você me autoriza a operar este corneto também... Veja bem, é a segunda cirurgia que ela faz e acho que se não fizer agora, daqui alguns meses, é bem provável que estejam novamente necessitando de outra cirurgia, desta vez do corneto que está bem grande de um lado. A minha opinião é que deveríamos aproveitar que ela está sedada e operarmos o corneto também.”

Como sou leigo no assunto e um médico da área específica, estava me aconselhando aquilo, não tive como discordar, apesar de muito medo. Ele volta ao bloco para então operar o corneto. Depois de algum tempo, o médico sai do bloco e me tranquiliza no corredor antes de ir para seu consultório concluindo que tinha terminado a cirurgia e que estava tudo bem.

Ufa, que alívio !!!!!! Estávamos muito felizes por tudo ter dado certo. Agora era outra etapa – a recuperação pós-operatória. Dali algum tempo uma enfermeira chama eu e minha esposa para acompanharmos nossa filhinha na sala de recuperação da anestesia. Mais uma vez estávamos ali, vendo nossa filhinha muito confusa, com um pouco de sangue saindo pelo nariz, numa mistura de choro, tosse, meio desacordada – o retorno de uma anestesia geral é uma cena bem desagradável. Na verdade foram 3 procedimentos cirúrgicos; amígdalas, adenoides e corneto direito. 

 

Recuperando da anestesia geral

         Após ela se recuperar da anestesia geral, fomos então para um apartamento na ala de pediatria. Estávamos no quarto por volta de meio-dia e ela estava com ótima aparência.

Nesta tarde, tomou bastante sorvete e bebia bastante água gelada com recomendação médica. No dia seguinte não quer alimentar nada, ficando só com o soro e na visita do médico, indica que ficaria até o final do dia, uma vez que não estava se alimentando. Teve alta no fim do dia e voltamos hiper satisfeitos pra casa da vovó. Foi prescrito pra ela apenas corticóide Predsin por 7 dias. Enfim, estava livre daquelas apneias assustadoras. Tínhamos que agradecer muito a Deus por termos saído daquela fase extremamente triste e sofrida, principalmente por ela, que mal dormia. Os dias foram se passando e estava cada dia melhor. Aos poucos já estava se alimentando, inicialmente com comidas mais pastosas e após uma semana já comia normalmente com a gente. Que maravilha ela estava.

Os meses se passaram e Fernanda está ótima; parece outra garota. Dorme bem, alimenta-se bem e não ronca mais. Viroses diversas toda criança tem ao longo do ano, então eventualmente uma ou outra aparece, mas tudo dentro do normal. E conforme disse no início deste texto, ela é um pouco alérgica, com o que consegue conviver tranquilamente.

Apenas para mostrar a diferença da qualidade do sono em que ela se encontra após a cirurgia das amígdalas, posto abaixo o link do vídeo feito 4 dias após a extração das amígdalas e outro na data de 14/04/2015, ambos com a respiração totalmente silenciosa.

Link do vídeo feito após a amigdalotomia


Link do vídeo feito 6 meses após a cirurgia:


*** Caso queiram passar algum comentário ou questionamento e não quiserem usar este espaço, deixo aqui meu e-mail:

tafmg2015@gmail.com

Marco



6 comentários:

  1. Bom dia, passo pela mama situação c meu pequeno d 3 anos e meio, como ela está hj?

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  2. Ela já vai fazer 8 anos em janeiro próximo e está muito bem. Como fez as cirurgias muito novinha, até outubro do ano passado a adenoide havia aumentado o volume novamente e estava com 70% de obstrução. Como vimos q esta cirurgia é bem simples, a adenoide foi removida novamente. Nesta idade, ela não retorna mais...

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  3. Quando ela tinha crises de amidalites vc percebia diminuicao da urina?

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  4. Pq a minha filha tem crises fortíssimas de amigdalites e percebe que ela faz pouco xixi nas crises.

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